Meu Domingo "Into the Wild" !

Bom Dia !!!

Bom, conforme prometido, mandarei uma experiência fora da ordem cronológica, daquela semana que não tive tempo de escrever, mas isso não quer dizer que ela é menos importante, muito pelo contrário, para mim, foi algo que não sei se existem palavras que possam descrever todas as sensações que passei naquele dia.

Foi no domingo de páscoa, suportamente, era para eu, Samira e Wesley fazermos a trilha de bicicleta para a Thilha do Rio Greenbrier, que no final, fizemos na semana seguinte, pois o lugar em que alugamos as bicicletas estava fechado devido ao feriado. Então decidimos fazer uma trilha a pé, a Cranberry Mountain.

Tive muita sorte, pois Wesley, um dos responsáveis pela construção do novo prédio do instituto em que estou, nasceu e foi criado em Vermont, no interior e ele está acostumado com esse tipo de mata, esse tipo de  trilha.

Bom, se você acha que a nossa aventura começou quando chegamos na montanha, você está muito enganado. Ela começou ainda no carro. Quando estavamos chegando próximo da trilha, uma das luzes do painel acendeu, adivinha qual ? A do sistema de refrigeração ... ops .... paramos para ver o que tinha acontecido .... e quando olhamos de baixo do carro, uma poça enorme de água. Olhamos por de dentro do motor e conseguimos enxergar que uma das magueiras tinha se soltado, pois a fivela que prende a mangueira tinha quebrado. Como tive experiência prêvia com meu antigo carro, diversas vezes com o sistema de refrigeração, me senti muito confiante em dizer ... "Não importa que o que fizermos agora, se quisermos tentar arrumar, precisamos deixar o motor realmente esfriar" ... sendo que a cidade mais próxima ficava a 20 minutos de carro, resolvemos começar nosso passeio daquele exato ponto, já que a cidade mais próxima ficava a 20 minuto de carro, e já estávamos reltivamente próximos das trilhas.  Tinhamos água o suficiente, comida, frutas e a vontade de caminhar.

Engraçado, que logo no começo da trilha, estava tão evidente a diferença de postura entre eu e o meu amigo. Ele, como se estivesse atravessando a sala de sua casa, e eu, como se estivesse andando em cacos de vidros ... meio assustada, pois não estavamos seguindo os caminhos originais das trilhas. Mas aos poucos ele começou a explicar sobre as plantas, sobre as trilhas dos animais, sobre o caminho das águas, e fui me sentindo mais a vontade. Até o momento que ele resolveu andar descalço, e quase ... por 10 cm ele não pisou em uma cobra !!! Sim, uma cobra ....provavelmente uma cobra dágua, que ficou olhando para nós !!!! Desviandos alguns bons centimetros de nossa rota. Senti uma leve taquicardia momentanea e seguimos em frente. O dia estava lindo, ensolarado e com uma temperatuda agradável. Então, porque não atravessar o rio ? Eu coloquei o pé no rio, e outra cobra saiu de baixo de uma pedra ... ahhhh !!! Práticas de respiração foram aplicadas, eu me acalmei e a cobra voltou para a sua pedra. Desviamos novamente um pouco a rota, e atravessamos o rio. Andamos um bom tempo, consegui seguir a trilha de um animal muito frequente aqui, um Cervo, me senti por alguns minutos na ilha de Lost ;) Mas realmente é impressionante como em mata mais fechada, você consegue enxergar os rastros com mais facilidade. Encontramos inclusive dejetos frescos, o que significa que não deviamos estar tão longe. A terceira grande taquicardia foi quando encontramos um grande e bem fresco desejo ... e levantamos a hipótese que talvez fosse de urso .... sendo assim, resolvemos parar de brincar de seguir trilhas.

Paramos em uma pequena ponte (meu pai diria que era uma pinguela) para descansar, beber água e meditar. Eu, ainda um pouco nervosa com o nosso último achado, demorei um pouco para desacelerar, mas assim que consegui, foi uma sensação incrível, a energia a minha volta era algo tão forte, o som apenas da natureza, por alguns segundos me senti como se eu fosse um pedaço daquilo tudo, mais uma árvore, quem sabe. E quando abri os olhos, as cores estavam diferentes, elas eram mais vivas, as árvores eram tão verdes que eram quase azuis ... dá para imaginar ? Pois é, nunca tinha sentido nada igual, amei.

Após esse momento, resolvemos voltar para o carro, e já me sentia um pouco mais a vontade no meio daquilo tudo. Chegamos no carro, a fome bateu e fizemos nosso almoço a beira da estrada .... literalmente !!! Abrimos o mat de yoga que estava no porta-malas e abrimos no acostamento, foi ótimo !!!

Seguido do almoço, era hora de voltar a pensar no carro, olhamos novamente, e meu amigo não conseguia alcançar a fivela, pois o local era muito estreito .... como eu sou muito intrometida, fui lá e tirei a fivela, meu braço era do tamanho exato. Assim, que decidimos ir em direção a cidade, conseguimos uma carona com pessoas locais, que nos levaram até a loja de conveniência que vende desde produtos de limpeza até peças de carro ... compramos a fivela, fluido e água para o carro ... voltamos com três homens locais que nos deixaram no carro e quiseram nos ajudar. Assim que chagamos no carro, Wesley já abriu o capô e eu fui mexendo no motor .... e a cara dos três homens quando me viram mexendo com tanta segurança e tirando a fivela quebrada ... foi engraçadíssima ... do tipo, o que essa criança está fazendo ? Mas logo, eles viram que nós "sabiamos" o que estávamos fazendo... e foram embora ... colocamos a água e o fluído ... deixamos atingir o nível adequado ... e tcharan !!! A luz do painel se apagou !!! Consertamos o carroooo !!!! Já posso colocar no meu curriculo : Neurologista e Mecânica de volvo !!! ;) Voltamos São e Salvos !!!