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quarta-feira, 6 de julho de 2011

WV - NY - UK


  Ir para New York pela segunda vez (pois a primeira, como escrevi no roteiro do post anterior, fiquei apenas algumas horas) foi uma supresa para mim, pois o primeiro plano era ir de trem, depois, consegui uma carona até a metade do caminho, e no final, fui dirigindo com um amigo. E essa foi um das boas descobertas de aprender a viajar, pelo menos na forma que eu gosto, pois planejar é bom, mas planejar demais você acaba fechando as oportunidades que irão ainda surgir no decorrer do tempo. Por exemplo, se já tivesse comprado a passagem de trem desde o começo, talvez não tivesse feito uma viagem tão divertida e importante, como essa foi para mim, sabe ?

  Bom, eu e Wesley, meu amigo do volvo (aquele que eu consertei, então, ele) saimos as 4 da manhã do interior de West Virginia, do meio dos Apalaches dirigindo o querido carro, com café da manhã, frutas, água, e muita energia. A primeira parte da viagem, ele dirigiu, e eu ... tirei alguns cochilos ;) Mas da parte que eu estava acordada, foi lindo ver o nascer do sol na estrada, a mudança das cores, dos cenários.  Como estávamos dirigindo pelas estradas interestaduais, não entrávamos dentro das cidade, mas as paisagens mudavam bastante.

  Primeira parada, depois de 5 horas, na Pensilvânia. Aquela parada para manter a "homeostase interna" e esticar as pernas. A partir dali, trocamos os cargos, eu a motorista e ele dando uns cochilos. Nossa , fiquei muito supresa em perceber que lá ninguém respeita as leis de trânsito se não tiver um carro de polícia por perto. Eu estava tentando me manter no limite máximo de velocidade permitida, que era como no Brasil entre 100 e 120 km/h .... que nada ... em algumas partes, se ficasse no limite, os caminhões e os outros carros passariam por cima de mim. Sabe aquela sensação de ser empurrada pelos carros de trás ? Então ... fiquei abismada ! E seta ??? Você acha que alguém usava seta ??? Me senti uma européia dirigindo em um meio de malucos .... eu dentro do limite de velocidade, utilizando adequadamente os sinais de trânsito, e as ferramentas do carro .... enquanto todo mundo fechava todo mundo ... uma bagunça !!! Mas o mais importante é que eu sobrevivi e o Wesley também ... nem acordou com toda essa confusão.

  Meia hora antes de chegar na Grande Maçã, fizemos a parada para almoçar. Comi um grande hamburguer feito no próprio restaurante, que não era fast food! E me senti em um desenho do Scooby-Doo , como a foto pode demonstrar ;)


Terceira e última parte dentro do carro, eu continuei como a motorista, e seguimos para Manhattan.


  Pra mim, o mais interessante, foi chegar em Manhattan dirigindo. Nunca, nem se quer tinha passado na minha cabeça, essa possibilidade, e quando eu me dei por conta, lá estava eu, vendo todos aqueles prédios já conhecidos por seriados de TV, ou pelos filme ... vendo tudo aquilo, de uma perspectiva bem diferente, e tomando muito cuidado para não bater o carro !!!

  Bom, não precisa dizer que mesmo calculando os minutos para chegar em Nova York fora da hora do rush ... o trânsito é algo que impera ... assim, como na minha cidade natal. Então, não me estressei ;) Mas assim que deu, paramos o carro, levantamos acampamento e fomos andar.

  Acho que não deve ter forma melhor de se conhecer um lugar novo do que andar. Andando você sente o ritmo das pessoas que andam ao seu redor, você ouve as línguas que estão sendo faladas ao mesmo tempo, você sente o cheiro dos lugares e das pessoas, você enxerga lugares que, com certeza, se estivesse de carro não veria, e o melhor de tudo, poder andar na contramão, poder parar e acelerar quantas vezes quiser, tudo bem que as vezes você tem que utilizar algumas dicas de Parkour, mas não tem regra andar pelas ruas.

  Andamos, andamos, andamos e andamos .... atravessamos pela ponte de Manhattan e voltamos pela Brooklyn Bridge ... me senti no desenho do homem-aranha. Não fui a muitos lugares que muitos livros turísticos indicam ... e acho que me diverti mais ainda por descobrir lugares que nunca tinha ouvido falar e foi fantásticos !!! 




  E foi nessa viagem, que comecei a perceber o jeito que realmente gosto de viajar, que gosto de ter um mapa, que gosto de saber as opções de lugares, mas não gosto de ter um roteiro, gosto de sentir e criar o roteiro na hora, e é impressionante como as surpresas acontecem sincronizadamente !!! Foi muito divertido, foi intenso, foi leve, foi enriquecedor, realmente, me sinto uma pessoa melhor depois desses dias, uma pessoa mais sincera comigo mesma e com o meu jeito de ser. Foi uma excelente forma de fechar, a parte da viagem pelos Estados Unidos, com uma linda chave. Uma viagens de trabalhos, de rever velhos amigos, de fazer novos amigos, de lugares conhecidos, de lugares novos, de leitura, de novas músicas, de músicas antigas e de muitas, muitas aventuras.

  Obrigada pela compania Wes !!! (que eu sei que você entende português !!!)

  De lá, fui voando direto para Londres, onde fui muito bem recebida ;)

 Desejo que cada pessoa, cada uma em seu momento, em seu ritmo, se permita a se ouvir de uma forma muito especial. Uma lição que tenho aprendido diariamente, nesta minha viagem, desde o primeiro dia.

 Com Carinho,

 Lu 




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